Audiência Pública discute a implantação do Parque das Dunas de Abrantes
Em audiência pública, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Camaçari (Sedur) apresentou, nesta terça-feira (13), no Teatro Alberto Martins, a configuração da nova poligonal do Parque Municipal das Dunas de Abrantes.
Executivo, Legislativo, representantes da sociedade civil, de ONGs e comunidade em geral acompanharam a audiência que foi aberta ao público, a fim de ouvir os principais interessados no assunto. “A população deve se sentir como parte integrante desta discussão. Ela é fundamental para a construção da nova poligonal”, disse a engenheira ambiental, Milai Rodrigues, técnica da Sedur. “Contamos com vocês para defender o que restou do nosso parque”, complementou.
Na ocasião, a técnica mostrou os principais impactos sofridos na área, como a extração irregular de areia, destruindo as dunas de Jauá e Abrantes. Segundo informações da Sedur, por causa da extração de areia e das construções irregulares em volta do parque, ao logo do tempo, foi-se perdendo terreno. A área poligonal, que antes possuía 700 hectares, atualmente, possui pouco mais de 400 hectares.
“O trabalho técnico de elaboração da nova poligonal do Parque durou 1 ano e 3 meses, mas a espera da comunidade desta região durou muito mais. Foram 42 anos de depredação das nossas dunas, invasão de Áreas de Preservação Permanente, de derrame de lixo, de aterramento de nascentes e lagoas”, comentou Ana Maria Mandin, presidente da Associação dos Moradores da Via Parque (AVP). “Todos esperamos que a implantação do Parque seja um ponto final nesses crimes”, enfatizou.
Para o secretário da Sedur, Genival Seixas, o Projeto de Lei da nova poligonal deve ser analisado e aprovado com urgência, devido à rápida degradação da área. “Vamos discutir o Plano de Manejo, a fim de implantar rapidamente o Parque Municipal das Dunas de Abrantes. Por isso, é imprescindível ouvir a opinião da população”, proferiu.
A audiência seguiu aberta à participação popular. A comerciante Fabiana Franco, moradora de Arembepe, comentou que a fiscalização das dunas é extremamente precária, insuficiente para atender a área. “Como o poder público vai resolver esta questão da fiscalização, para tentar amenizar os graves crimes ambientais que vêm ocorrendo na região?”, indagou.
O secretário Genival Seixas admitiu a carência de pessoal na fiscalização, contudo, informou que já conversou com o prefeito a respeito, e que, em breve, o órgão municipal vai melhorar a qualidade técnica aplicada na fiscalização das dunas, a fim de coibir os crimes ambientais praticados no local.
“Sabemos que perdemos 300 hectares, que poderiam estar servindo de orgulho para o nosso município. Não podemos mais perder nenhum hectare. Temos que combater isso e acelerar o processo de implantação desse Parque, discutir com a sociedade de perto, fazer o Parque funcionar, para que vire o orgulho da nossa cidade”, concluiu o vereador Flávio Matos (DEM).
O próximo passo será o envio de um projeto de lei, pelo Executivo, para avaliação dos vereadores.