Audiência Pública sobre saúde municipal é encerrada antes do final
A Audiência Pública sobre a Saúde Municipal de Camaçari, realizada nesta quarta-feira (02/04) no plenário da Câmara Municipal, foi encerrada pouco mais de uma hora após o seu início. A decisão partiu do vereador democrata, Jorge Curvelo, que, por ter sido o requerente do evento, presidia a audiência.
O secretário de Saúde, Vital Sampaio, chegou a apresentar dados sobre a gestão municipal na área. Ele discorreu sobre questões relativas à dificuldade de contratação de profissionais de saúde, a solução adotada para sanar o problema de falta de médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’S) e oferta de medicamentos.
A sessão seguia no seu segundo momento, quando o gestor respondia perguntas propostas pelos vereadores presentes. Três legisladores chegaram a formular questões, mas, logo em seguida, a sessão foi interrompida.
“O secretário de Saúde não estava respondendo satisfatoriamente às perguntas que já tinham sido feitos e estava usando o espaço para discorrer sobre outros temas que não necessariamente correspondiam às questões levantadas. Sem falar nas intervenções da plateia que, em minha opinião, tinha a intenção clara de tumultuar o debate”, argumentou Jorge Curvelo, explicando o porquê do encerramento.
Para o vereador Zé do Pão (PTB), quem perdeu com o encerramento da sessão foi a população. “O secretário veio acompanhado dos servidores que desde o início estavam tumultuando as atividades, sem falar que as respostas não mostravam preparo, nem condiziam com a realidade relatada por diversos cidadãos que usam o serviço público de saúde”, opinou.
De acordo com o líder do governo, vereador Marcelino (PT), o desfecho foi precipitado. “Estávamos ainda no início da audiência. O debate estava em andamento, o secretário respondia questionamentos dos vereadores e tudo seguia conforme o regimento. Tínhamos todo o tempo do mundo para ouvir o secretário, independente de quem estava na plateia”, analisou.
Ele também falou sobre a intervenção do público. “A manifestação dos cidadãos no plenário é inevitável e isso deve ir sendo controlado no transcorrer da atividade pelo vereador que preside a atividade em plenário. Encerrar a audiência só prejudicou a população que estava presente e disposta a ouvir e formular suas perguntas”, acrescentou.
O presidente da Casa, Teo Ribeiro (PT) também compartilha da mesma opinião. “A saúde é um tema importante e a audiência merecia continuar. Respeitamos a decisão do vereador que presidia a sessão, mas entendemos que quem perdeu foi a população que clamou para que este debate acontecesse”, afirmou.
A proposta da audiência sobre saúde foi originada pelo vereador Jorge Curvelo (DEM) e ganhou o apoio de todos os vereadores da Casa. Marcada inicialmente para acontecer no dia 26 de março, foi adiada para esta quarta-feira (02/04).