Bahia tem previsão de vacinar 280 mil meninos contra HPV
A partir de janeiro de 2017, a vacina contra o vírus HPV (Human papiloma virus) estará disponível para meninos de 12 a 13 anos no Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi divulgada na terça-feira, 11, pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A meta é que na Bahia 279.565 meninos sejam beneficiados, além de outros 743 jovens de 9 a 26 anos que vivem com HIV/Aids. Por meio de nota, o Ministério de Saúde comunicou que o objetivo é imunizar, até 2020, 80% do público-alvo da campanha (7,2 milhões de adolescentes).
De acordo com a infectologista e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Jacy Andrade, a vacinação masculina é de extrema importância no processo de diminuição da transmissão do vírus.
“Além de verrugas genitais, o HPV está associado à incidência de câncer de pênis, de laringe, de ânus e de cordas vocais nos meninos”, disse a médica. Para os portadores de HIV/Aids, pode ser ainda mais complicado. “Como o HIV reduz a imunidade, lesões mais agressivas podem aparecer”, diz.
O esquema vacinal para os jovens de 9 a 26 anos, portadores de HIV, compreende a aplicação de três doses (a inicial, outra dois meses depois e uma seis meses após a 1ª dose), sendo necessário prescrição médica. Para os não portadores, serão ministradas apenas duas doses da vacina, com intervalo de seis meses entre elas.
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A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), mas não obteve a informação sobre quais unidades do SUS irão distribuir a vacina no estado.
De acordo com o urologista do Hospital da Bahia Robério Mesquita, é recomendável que a vacinação seja feita antes da iniciação sexual, para que os jovens não sejam expostos ao vírus. “A inclusão dos meninos é fundamental nesse processo”, afirmou.
Com essa ação, o Brasil se tornará o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra HPV para homens por meio de políticas nacionais de saúde. Até 2020, a campanha deverá alcançar, num processo gradativo, meninos de 9 a 13 anos.
“Em homens muitas vezes a infecção é assintomática. A transmissão pode ocorrer em relações heterossexuais ou homoafetivas”, advertiu o ginecologista Pedro Paulo Bastos, professor da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Para ele, com a vacinação de meninos e meninas, “o ciclo da doença fecha”.
Fonte: A Tarde