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Coronavírus: Como preservar a saúde mental em tempos de quarentena


Locais fechados, home office e isolamento social, medidas como essa têm sido adotadas para frear o contágio do novo coronavírus no Brasil. Mas, apesar de todos saberem a necessidade de seguir tais orientações, controlar a vontade de sair ou encontrar amigos é uma tarefa difícil. Enfrentar uma quarentena pode ter um impacto muito grande na saúde mental dos indivíduos e, tão importante quanto as ações que estão sendo acatadas, como lavar as mãos da forma correta e usar álcool-gel, é manter a mente saudável para lidar com a pandemia sem estresse.

Compreender que não podemos ter o controle do que acontece a nossa volta é fundamental, contudo isso, o período de isolamento pode desencadear um estado permanente de ansiedade, até mesmo pelo medo de contrair a doença. Para a Psicóloga e especialista em terapia cognitiva comportamental, Adah Christina de Miranda, é preciso compreender que esta realidade é apenas momentânea, não é algo permanente. “Em situações de crise tendemos a dar uma dimensão de catástrofe aos eventos futuros, observar esses pensamentos é importante para diminuir a angústia. Trazer para a consciência ideias positivas é de suma importância”, ressalta.

A profissional também destaca que uma medida eficaz para controlar a ansiedade é diminuir as informações que recebemos diariamente. “Grande parte da população possui smartphone, televisão e acesso à internet, como resultado disso, somos bombardeados de notícias durante 24 horas. Devemos selecionar fontes confiáveis e as pesquisas referentes ao tema, escolhendo apenas um momento do dia para nos mantermos atualizados. O acúmulo de informação gera um medo excessivo diante da pandemia, além de ser muito danoso para a saúde mental”.

Manter a mente ocupada com atividades se torna necessário, conservar uma rotina, mesmo que de forma adaptada é o caminho mais saudável. “Adequar as suas tarefas diárias ao ambiente domiciliar, como estudar ou trabalhar remotamente, ter um mesmo horário para acordar, dormir, praticar atividades de relaxamento e fortalecer o convívio familiar são comportamentos que irão contribuir para a conservação da nossa saúde psíquica”.

Para o doutorando em saúde coletiva e Presidente do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, Renan Vieira de Santana, as atuais circunstâncias tem o poder de aumentar os níveis de ansiedade, pois, realidades incertas fazem com que as pessoas se sintam inseguras, principalmente em casos como esse, de nível mundial. “A gente está passando por um momento sem precedentes, sendo assim, vamos ser obrigados a aprender a lidar com tudo isso vivendo. Não existe uma fórmula pronta”, afirmou.

A quarentena pode ser especialmente prejudicial para pessoas com tendência a depressão. Para conseguir enfrentar essa situação, o psicólogo aconselha que aqueles que já têm um acompanhamento, sigam fazendo seus tratamentos. “É essencial que as pessoas que utilizam métodos farmacológicos conversem com seus médicos e sigam as orientações. E, para quem faz acompanhamento psicológico, a alternativa é manter por via online”.

Por fim, a certeza que podemos levar desse cenário de crise é que todos vão sair perdendo algo. Ninguém está isento. A diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos. O que nós podemos fazer é buscar amenizar as conseqüências, refletindo sobre os aprendizados que podemos ter com essa triste realidade.

Fonte: A Tarde