Palestrantes defendem que ações intersetoriais são chave para combater Aedes aegypti
A necessidade de ações intersetoriais foi o principal argumento defendido pelos palestrantes que conduziram o debate sobre o combate ao mosquito Aedes Aegypti, durante Audiência Pública promovida pela Câmara de Camaçari sobre tema, realizada nesta terça-feira (22/03).
O comportamento do mosquito, as formas de reprodução e transmissão do vírus e as medidas de combate estiveram entre os temas tratados na audiência, que foi realizada a partir de uma iniciativa do vereador Otaviano Maia (PT), com apoio dos demais parlamentares da Casa.
O aumento de casos nos municípios baianos retrata a grave situação pela qual passa o estado, segundo demostrou a coordenadora Técnica de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Elizabeth Cardoso da França. “Já temos detectado um número de casos maior do que a previsão inicial feita pela Sesab para 2016”, declarou Elizabeth França.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Camaçari, Fátima Guirra, representou o secretário municipal de Saúde, Washington Couto. Segundo ela, já foram notificados em Camaçari sete casos de dengue, 19 de Chikungunya e 19 de Zika, somente neste ano. Foram confirmados ainda 11 casos de microcefalia, com dois óbitos. “Sabemos que este número é menor do que o real, pois muitos casos não são notificados. É preciso agir conjuntamente com outras áreas, como infraestrutura, limpeza, educação”, acrescentou.
Para o coordenador do Centro de Controle e Zoonose de Camaçari, Gilmar Pereira, o controle das doenças é complexo, já que a proliferação do vírus é beneficiada por questões climáticas, organização do conglomerado urbano, abastecimento e tratamento da água e esgoto e até planejamento familiar, segundo ele. “Temos feito todo o esforço para combater o mosquito, visitando residências, fazendo mutirões em locais estratégicos como cemitério, ferro velho, borracharias, dentre outras ações”, explicou.
Para o vereador Otaviano Maia (PT), a sessão foi proposta para que fosse possível entender a situação de forma ampla e achar um caminho da prevenção junto com a população e com representantes de diversos órgãos públicos. “Não vemos uma política de limpeza, de conservação das praças e não existe um plano mais elaborado e claro para informar e envolver a população no combate a este problema”, pontuou o parlamentar.
Para o vereador Oziel, as ações realizadas no município não atendem às demandas vividas pela população. “O combate ao mosquito vai além de atender os contaminados com o vírus. É preciso prevenir de maneira efetiva”, concluiu. Fizeram uso da palavra ainda os vereadores Jorge Curvelo (DEM), Elinaldo (DEM), Zé do Pão (PTB), João da Galinha (PRTB) e Oziel.