Portaria cria política de incentivo à doação e transplantes de órgãos na Bahia
O Governo da Bahia publicou no Diário Oficial do Estado a portaria que cria a Política Estadual de Incentivo à doação de órgãos e tecidos, e de fomento à realização de transplantes no estado. Com a nova iniciativa, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) deve investir recursos para ampliar o número de procedimentos. De acordo com o secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, os investimentos do governo estadual na área devem ser de R$ 10 milhões anuais. “Serão investidos como forma de incentivo financeiro às etapas de doação, captação e transplante de órgãos, incluindo o pré e pós-transplante. É um recurso suplementar aos valores já pagos pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, explicou o chefe da Sesab.Com a nova política, os recursos devem ser utilizados para investimento em equipamentos, exames, investimentos em equipes médicas e hospitais, além de medicamentos de alto custo, reduzindo o gargalo na realização de transplantes na Bahia.
Segundo a Sesab, as ações propostas devem ser desenvolvidas em um ano. Entre as metas da nova política estão triplicar doação e transplante de córnea no primeiro ano, dobrar a doação de órgãos sólidos no primeiro ano, além de aumentar em 50% o número de procedimentos do tipo a partir de 2016. As ações do plano preveem, ainda, a retomada de transplantes cardíacos no estado, não realizados desde 2009. De acordo com dados da Sesab, atualmente dois mil baianos estão na fila de espera por um transplante de órgão na Bahia. Com a implantação do plano de incentivo, a expectativa da pasta é reduzir esta estatística e, no caso de alguns órgãos, como a córnea, zerar a fila de espera. Segundo o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, uma das grandes dificuldades na ampliação do número de transplantes no estado é a autorização familiar para a doação. O desafio é conscientizar as famílias sobre a importância da doação. “O esclarecimento sobre o procedimento de doação deve começar desde cedo. Queremos reforçar a educação desde a infância, nas escolas, passando pelas academias e faculdades, educando os profissionais, participando mais ativamente na gestão dos hospitais e aumentando esses fluxos”, explicou.
Fonte: Bahia Notícias