Sessão Especial celebra o Dia da Consciência Negra com homenagens

Durante todo o período colonial do Brasil, a escravidão dos negros e indígenas marcou negativamente milhões de pessoas e suas famílias. A abolição da escravatura no país só aconteceu em 1988, há 129 anos, através da Lei Áurea, deixando grande parte da comunidade afrodescendente sem direito a indenização pelo sofrimento vivido, e passando a receber uma carga de preconceito e discriminação por boa parte da sociedade.

Para tratar desta realidade, a Câmara Municipal de Camaçari realizou, na tarde desta sexta-feira (24), uma Sessão Especial em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de Novembro.

“Precisamos fortalecer a luta do povo negro para buscar soluções para os problemas que nos afligem há tantos séculos, entre eles, o racismo, que é preciso acabar de uma vez por todas”, salientou o proponente da Sessão, vereador Marcelino (PT).

Com o plenário lotado, a sessão teve a participação de alguns palestrantes, que destacaram o combate do povo negro contra o preconceito racial. Camilo Lellis, professor, sociólogo e militante do Movimento Negro, em seu discurso, ressaltou que o momento é de nos unir para lutar contra o racismo. O professor de história Paulo Francisco também palestrou, ele falou sobre a importância dos negros terem acesso aos bens culturais africanos e às tradições dos intelectuais negros espalhados pelo mundo.  E o coordenador do Movimento Ocupa Preto e militante do Coletivo Juventude Ousar Ser Diferente, Ícaro Jorge, também teve oportunidade na Sessão.

A palavra foi concedida, ainda, para alguns convidados especiais, entre eles, o pastor missionário em Moçambique na África, Itamar Fernandes de Jesus, que defendeu a educação como forma do povo negro conseguir ocupar os espaços de poder. “Se queremos governar o país que nossos ancestrais ajudaram a construir, temos de estudar e fazer tudo bem feito”, falou o missionário.

A Sessão ainda prestou homenagens a algumas pessoas que contribuem para a quebra de preconceitos e orgulho de sua ancestralidade africana, com a Medalha Zumbi de Palmares, uma das maiores honrarias da Casa. Segue abaixo a lista dos homenageados:

Ainda foram homenageadas durante a sessão Solange Borges, a professora Margarida Alves, a fotógrafa Fernanda Maia e o padre Valmir Miranda da Arquidiocese de Camaçari.

A banda Som do Tribal fez uma apresentação, encantando a plateia com o som de sua percussão. Na parte externa do plenário, foi realizada uma feira étnica com elementos da cultura negra e um stand para quem queria fazer penteado afro, além de uma mostra gastronômica do tradicional tabuleiro da baiana de acarajé.