Uneb amplia diversidade de grupos para as cotas
Em decisão tomada pelo Conselho Universitário (Consu), a Universidade Estadual da Bahia (Uneb), a partir de 2019 adotará sistema de cotas de 5% das sobre vagas para pessoas trans e travestis, quilombolas, ciganos e pessoas com transtorno do espectro autista e altas habilidades.
“Essa vitória faz parte de um momento histórico”, afirma Millena Passos, diretora da União Nacional LGBT e fundadora da Associação de Travestis e Transexuais de Salvador (Atras). As cotas passarão a valer para os processos seletivos de graduação e pós-graduação.
“Na minha época, o curso superior não era um horizonte para pessoas trans. Acompanhar essas transformações me deixa muito feliz. Sei que atenderá muitas pessoas trans que estão nas periferias sendo desencorajadas da escolarização”, diz Millena Passos.
Critérios
Diferentemente das cotas raciais, que destinam 40% das vagas totais, as cotas para os segmentos sociais irão incluir 5% de sobrevagas para cada grupo. Quem pleitear as vagas por cota também deverá atender aos critérios de ter estudado em escola pública nos ensinos fundamental e médio e possuir renda familiar mensal de até quatro salários mínimos.
“Sabemos que entre a população LGBT, mulheres trans são assassinadas pela transfobia. Agora poderemos contar uma nova história. Conheço outras mulheres trans que tiveram amparo dentro da universidade durante a transição”, conta Millena.
Segundo a pró-reitora de Ações Afirmativas (Proaf), Amélia Maraux, ainda esta semana será publicada a resolução.
“Há três anos estamos criando políticas de inclusão, não só para pessoas trans, como o reconhecimento do nome social, mas para todos os segmentos sociais. Agora, ampliamos mais uma vez políticas para nossa universidade”, afirma. Um comitê de verificação adotará critérios de avaliação para cada grupo.
Fonte: A Tarde